12 de dezembro de 2011

Cama semântica

De vez em quando a gente se esquece por alguns segundos o nome de alguma coisa que está à nossa frente, não é mesmo? Lá em casa não perdemos tempo tentando lembrar. Simplesmente substituímos a palavra pela primeira que vem na cabeça. Por exemplo, se minha mãe fala “Ta muito quente, liga o triturador” rapidamente eu penso “não temos um triturador e mesmo se tivéssemos não faria sentido nenhum” ligo o ventilador e fim de história.
Se vou cortar o pão e digo “mãe, esqueci a enxada, você pega pra mim?” Ela, é claro, me imagina cortando o pão com uma enxada, mas logo reflete e pega a faca. Tem hora que é difícil lembrar o nome do objeto em questão e também é difícil substituir por outro nome, porque os neurônios dormem. No meu caso acordam tarde e dormem cedo, ao contrário de mim que acordo cedo e durmo tarde, pois então, nesse caso substituímos qualquer palavra por cachorrinho.
- Fia, você pinta minha unha com esse shampoo rosinha?
- Sim, vó. Só preciso encontrar a enceradeira pra limpar os cantinhos depois. Mãe, você sabe onde ta?
- Ta na caixa de cachorrinho ué.

28 de novembro de 2011

Validade

Sabe o que eu gosto? De botar a culpa no Saci. Eu não tenho provas, nunca consegui fotografá-lo, mas eu sei que ele que apronta mais que a garotada do barulho da Sessão da tarde, então quando minha mãe pergunta o que significa toda aquela bagunça no meu quarto eu não hesito em dizer: Foi o Saci.
O Saci apaga arquivos do computador, transforma o sorvete do freezer em feijão, esconde os pés de meia, entra em altas confusões.
Eu já me acostumei, principalmente com a bagunça do meu quarto, não adianta lutar contra aquele danadinho de uma perna só. Eu até arrumo de vez em quando, quando dá vontade. Sabe aquela vontade de tomar Fanta Uva que dá de repente, uma vez a cada três meses? Mas eu me arrependo logo, tanto de ter arrumado o quarto, porque o Saci logo bagunça tudo de novo e de ter tomado Fanta Uva, porque é ruim pra caramba. Ah! Sabe aquela história de fim de mundo em 2012? Não é verdade, porque aqui na lata da Fanta está dizendo que ela vence em 2014.

21 de novembro de 2011

Consertos

Acho terrível quando resolvo ler, pego um livro super legal, estou empolgada com o desenrolar da história e de repente percebo que parei de prestar atenção há mais ou menos uma página. Eu li palavra por palavra, mas pensando em outra coisa. Volto no começo da página e penso: agora vou prestar atenção. Leio tudo de novo e no final percebo que mais uma vez não prestei atenção em nada. Vou dormir, porque nesse caso não adianta eu tentar me enganar, fingir que entendi e continuar a leitura. Leitura
é coisa séria, não é como fazer Babyliss. Sabe o negocinho de enrolar cabelo? Então, preciso ficar segurando ele 25 segundos em cada mecha, começo contando: Um,dois,três, quatro... Bem compassado. Minha mão cansa e acelero: cincoseisseteoitonovedez... Até 25. Acho que no tempo normal isso daria uns 10 segundos, o cabelo fica sem graça e eu resolvo alisar. É sempre assim. Se eu fosse mais concentrada e mais paciente muita coisa mudaria. Por exemplo, agora: Tem uma pessoa martelando do outro lado da parede. Cada vez que ela martela, eu digito a mesma tecla várias vezes no ritmo da martelada, já consertei esse texto diversas vezes. Tenha santa paciênccccccc

10 de novembro de 2011

Professor Pardal

Eu quero inventar alguma coisa. Outro dia li na Piauí uma entrevista com a inventora do escorredor de arroz, achei fantástico inventar um negócio desses. Eu até queria lucrar um dinheirinho, mas a meta mesmo seria ficar famosa com as invenções. Ás vezes eu penso em uma coisa ou outra, mas só agradaria a mim, tipo um travesseiro que se mantivesse geladinho o tempo todo. Eu fico virando o travesseiro até conseguir dormir e quem sabe até dormindo eu continuo virando, odeio quando o travesseiro esquenta. Um travesseiro fresquinho que não esquentasse seria ideal. Preciso patentear essa ideia, afinal o marketing descobre necessidades e o ShopTime vende.
Esse negócio de inventar é muito sério. Pessoal fica perdendo tempo inventando coisa inútil e se esquece do teletransporte. Amigos! Foco no teletransporte! Eu acho que tem a ver com aquelas paradinhas de triângulo das bermudas, física do petrefiolismo, não sei, não é minha área. Galera que se diz nerd, vamos agilizar a invenção mais útil de todos os tempos?

1 de novembro de 2011

Monólogo

Eu gosto de conversar com as pessoas, gosto de ouvir histórias, gosto de opiniões diferentes. Mas não todo dia, tem dia que não sei me socializar e tem pessoas que não querem conversar, querem apenas falar, falar, desembestadamente falar. Para os dias que minha cabeça dói, que a TPM toma conta do meu ser, eu adquiri uma técnica. Comecei a utilizá-la no meu último emprego. Eu atendia cerca de cinquenta pessoas por dia, elas iam até lá para fazer doações, por livre e espontânea vontade, muitas iam apenas para conversar, eu dava toda atenção devida e ainda dava conselhos quando julgava necessário, mas quando eu percebia que a pessoa não queria ouvir nada, queria só falar, eu parava de escutar, descansava minha mente e dizia de vez em quando: “Nooossa”. Portanto se a pessoa falasse: “Meu cachorrinho morreu hoje cedo” eu respondia: “Nooossa” e se ela falasse: “Ganhei na Mega Sena” Eu também respondia: “Nooossa”. Uma interjeição que servia de resposta para qualquer coisa.
Devo confessar que isso se tornou um vício, na parte da manhã principalmente, se chega alguém querendo contar histórias, enquanto meu cérebro dorme, eu respondo: “Nooossa”. Seria um desastre se alguém tentasse contar piadas.

23 de outubro de 2011

Chico Mineiro

A minha memória me preocupa, sei que é normal ter falhas depois de uma certa idade, mas creio que com um pouco menos de um quarto de século é cedo para isso. Há um tempo atrás eu não usava marca página para saber até onde tinha lido um livro, eu decorava o número da página, hoje eu não lembro se ontem eu estava lendo um livro ou um caderno de receitas.
Esses constantes lapsos fizeram ressuscitar em mim um pavor antigo, o medo de ir trabalhar sem calça. Mais pessoas na minha família compartilham desse medo. Acontece assim, estou indo trabalhar, e de repente percebo que não lembro do momento que estava vestindo a calça, não importa onde eu esteja, faço uma cara de pânico, e bruscamente olho para baixo. Eu nunca fui trabalhar sem calça e não desejo isso nem para as pessoas que que postam citações de pseudo pensadores no Facebook.

"Quando se sentir notado e mais importante que os demais, deixe de olhar para o próprio nariz e olhe para suas pernas." (Johnny Depp)

29 de setembro de 2011

Nova namorada

Uma das minhas promessas para o ano novo judeu era parar de implicar com o sertanejo universitário, mas eu desisto, é mais forte que eu, quando estou bem tranquila e com a consciência limpa, eles lançam uma música nova para me perturbar.
A dupla da vez é a mesma que não consegue se controlar com a mocinha de família. A historinha da canção é a seguinte: O cara levou um fora e sofreu, mas agora ele superou e exibiu para a ex a nova namorada dele. Ok, superou. Isso é uma super dor de cotovelo. Ele tá é querendo impressionar a ex com a composição de rimas e metáforas invejáveis, porque veja só: "Sofri demais quando você me deu um fora, mas o tempo passa, o mundo gira, o mundo é uma bola." Sim, o mundo é uma bola e seu cérebro é um ovo! Isso é jeito de falar do mundo? Não podia ser algo mais poético? E fora rima com bola? Nossa Senhora do bom gosto musical, olhai por essa bola, ou melhor, por esse mundo.

22 de setembro de 2011

Pato pateta

Apenas uma passeadinha pela internet pode nos deixar surpreendido com a quantidade de gente estranha nesse mundo. As pessoas comem coisas absurdas, fazem coisas absurdas e têm medo de coisas absurdas. Eu respeito quem tem fobias, porque não sou a mais corajosa do universo, tenho medo de que saia sangue do chuveiro, de pessoas que têm sobrancelhas iguais as do Jack Nicholson e de garrafas térmicas que explodem, mas veja, são medos normais. O problema é que a mídia, ou sei lá quem, quer incutir medos que não existem e de tanto pensar nisso ficaremos loucos. Por exemplo, anatidaefobia. Sabe o que é? É medo de estar sendo vigiado por um pato. Oi? É isso. Eu não estou aqui para defender os patos, longe de mim, apenas acho que isso é ridículo, um pato não tem motivo nenhum pra vigiar alguém. Agora, se estivéssemos falando de coelho, aí seria outra história, esse papo de “sou fofinho e trago chocolate” não me convence mais não. Nada a ver com fobia, só fica a dica.

2 de setembro de 2011

Mais ou menos social

Antes eu era prefeita de uma cidade e pedia salsichões no Facebook, agora não mais. Meio que larguei a cidade lá, para que cowboys a invadam e destruam tudo. Porque agora o Facebook lindão lançou um joguinho mais divertido: O The Sims Social! Sabe, é como se fosse minha vida paralela, mas lá eu tenho um losango na cabeça, adoro andar de maiô pela casa e tenho um relacionamento deveras estranho com meus vizinhos.
A graça é cumprir metas, e às vezes elas são malévolas, outro dia eu tinha que ir até a casa de um vizinho e humilhá-lo. Fiz isso, com uma pessoa que na vida real não merecia, fui lá, destratei, humilhei e chamei a mãe dela de lhama, coitada, ficou chorando e sabe o que fiz? Fui fazer xixi no banheiro dela e pior que isso: coloquei camisolinha e tirei um cochilo na cama de casal da moça! Pode isso, Arnaldo?
Eu nunca faria isso sem aquele losango na cabeça, sério. É muita cara de pau. E desde quando Lhama é xingamento de gente?

26 de julho de 2011

Cara carente

Os mesmos que dormiram na praça uma vez, fizeram uma música que superou qualquer hit sertanejo no quesito medo. Quando ouvi, tive que me colocar no lugar da musa inspiradora e meu olho esquerdo começou a tremer desenfreadamente. O único que canta na dupla diz que na primeira vez que a viu, ficou acanhado e a chamou de amiga. Tá, até aí tudo bem, seria melhor chamar pelo nome, mas dá para perdoar. O que importa é que na segunda vez saíram de mãos dadas e ele a chamou de namorada! De namorada! Segunda vez que viu a mocinha já chamou de namorada. Era a hora dela dar um chega pra lá, mas não, ele achou que não era bastante, começou a chamar de amante e depois de "Minha vida"! Oh céus! Isso está indo rápido demais.Na última estrofe ele diz que plantaram a semente (sei lá que metáfora é essa) também construíram o ninho (até um pássaro seria mais cauteloso). Para fechar com chave de ouro a linda canção ele canta: "Já te vejo até cuidar do nosso filho". O que? Depois de colocar a carroça na frente dos bois, agir sem um pingo de racionalidade, quer deixar a cria para ela cuidar? Faça-me o favor! Por isso que prefiro usar meu tempo pedindo salsichões no facebook.

9 de julho de 2011

Lombada

Nessa semana a Sandy disse que quer ter filhos daqui uns três anos. E por que eu não posso esperar esse tempo para aprender a dirigir? Estou relutando com todas as minhas forças para entrar na autoescola, porque tenho medo. Nem sei a causa, não é trauma. Algumas pessoas têm a capacidade de comparar o carro com a mesa de som da rádio, e ainda dizem que é mais fácil. Dá licença! Minha amizade com a mesa de som nunca foi das melhores, mas nunca atropelei ninguém, ninguém mesmo, com a mesa. Se eu ficar famosa terei um chofer, ele vai me levar no Shopping, na loja de doces e no Jô Soares. Adolescentes que cantam são entrevistados pelo Jô, pessoas que viram extraterrestres, cantores de lambada que viraram rockeiro, e eu não. Preciso fazer algo notável, logo. Enquanto ele não me chama, eu ando a pé, pensando na vida, pensando no que acontece com os personagens de filmes depois que o filme acaba. Digo, quando a mocinha tem toda família devorada por zumbis, ela fica sozinha. Como fica a vida dela depois disso? Como ela vive com aquele trauma? Filmes de zumbi me deixam profundamente triste.

21 de junho de 2011

Corega

No mês passado tive a desventura de passar uns dias no hospital. Já ouvi em algum filme alguém dizer que é bom ficar internado, dá pra pensar na vida. Não! Na vida você pensa enquanto viaja, antes de dormir. No hospital você se irrita, fica entediado, pensa em vários planos de fuga e sente medo. Além de ter que me preocupar com todos os fantasmas que o lugar hospeda, eu ainda tinha que abrir os olhos e dar de cara com uma dentadura enorme dentro de um copo. Toda noite a senhora do meu lado, antes de dormir, mergulhava seus dentinhos na água. O medicamento me fazia perder um pouco da visão e causava uns delírios. É claro que durante a madrugada, aquela dentadura saía do copo e vinha pra cima de mim. "Tec tec tec, vou comer sua orelha, tec tec, seus dedos..." Era meio assustador. Mas como tudo na vida passa, passou. Agora tenho que me preocupar com a perereca embaixo da prateleira lá de casa, perereca mesmo, nada a ver com dentadura mais. O problema é que ninguém tem coragem de tirar ela de lá e enquanto eu não souber que ela foi embora para junto de sua família anfíbia, continuarei tendo sonhos confusos e amedrontadores.
"Rá! Voltei pra comer seu nariz! Tec tec tec, eu e aquela sapinha ali vamos te devorar, tec tec."

23 de maio de 2011

Foi o cão

Estive perdida entre filmes, séries, livros e revistas. Minha vontade era chegar aqui, indicar três filmes, um para cada público-alvo e ir embora. Mas preciso contar algumas coisas que aconteceram comigo.
Espirrei, o cachorro se assustou e me mordeu. Doeu, chorei, passou. Liguei a TV, mas já era tarde e ninguém tomaria banho naquela hora. Porque agora a TV só funciona quando o chuveiro está ligado. É sério, não entendo a lógica. Não entendo de lógica, sempre me escondi no subjetivo como se ele fosse um grande hotel e agora, além de pensar nas coisas da vida, tenho que olhar para os lados e averiguar se tem cachorro antes de espirrar. Tudo isso me deixa tensa e para aliviar a tensão eu mato mosquitos eletrocutados. Porque por aqui tem muitos mosquitos. Ah! E porque eu tenho uma raquete que dá choque nos bichinhos. Às vezes tenho dó, mas mato mesmo assim,a sensação de prazer que isso proporciona está entre as melhores coisas do mundo, e apenas o fim do mundo de verdade vai me fazer desistir de pensar na relação entre a TV e o chuveiro para descobrir de uma vez por todas qual fio devo cortar.

3 de abril de 2011

Cores, figuras, motivos

Desliguei o microfone, tirei os fones de ouvido e pensei que falta um pouco mais de uma semana para que Guarapuava fique para trás. Eu sempre soube que um dia eu teria que voltar, mas ignorava isso, porque acho que sou a pessoa que mais se adaptou a essa cidade fria, que me acolheu e moldou minha personalidade. Não posso dizer que hoje sou madura, mas o que aprendi aqui não cabe em um pequeno texto padrão desse blog.O que importa é que sentirei saudade mesmo. Sentirei saudade até da saudade que eu sentia da minha família. O que vou levar comigo são as lembranças, do primeiro dia de faculdade, do primeiro contato com aquelas que mais tarde se mostrariam amizades verdadeiras, da mesa de bar, da mesa de som, da mesa de república com macarronada, da vizinhança, da formatura, da malandragem das ruas, das expressões guarapuavanas e principalmente, sentirei saudade disso que estou sentindo agora, da sensação de estar fazendo a coisa certa, da missão cumprida, da satisfação por ter apenas lembranças boas.
- Fia, eu tô com saudade, é verdade mesmo que você vai voltar?

8 de março de 2011

Em obras

Eu realmente não sei como o Antônio Prata, a Tati Bernardi e você, leitor blogueiro, fazem para ter inspiração sempre. Eu não mandei currículo para a Capricho justamente por isso. Não posso ser colunista porque de tempos em tempos sofro com esse bloqueio criativo que me faz pegar o papel, a caneta Sonda Bic e não conseguir escrever nada, mesmo querendo dizer alguma coisa. É isso, esse Blog está em construção e eu também.
Estou em férias, descansando, tomando decisões, lendo Best Sellers e tentando, sem sucesso, entender as propagandas da MTV.
Afastei-me da internet, porque ela é um janela para o abismo. Mentira, é que ainda não chegou em todos os lugares por aqui. Inclusive, até hoje eu não sabia que convenceram a Sandy a mentir que ela tem alguma coisa a ver com devassidão. A Publicidade corrompe até o mais puro dos seres.
Bem, em breve eu voltarei, talvez contando histórias da vó Maria, que não me canso de ouvir por aqui.
Mas cara! É um cachorro que vira planta, é regada pela chuva e vira morcego, derrete, pinga no chão e forma "MTV", sério, não entendo.

14 de janeiro de 2011

Sem pescoço, sem chão

Que eu gosto muito da Sandy, nunca consegui esconder, faz parte de mim, mas e o resto da minha personalidade? O que vou fazer agora que os astros mudaram seu alinhamento? Até ontem eu era ciumenta e sexy, hoje sou instável com dons artísticos. Meu Deus! Eu admiro pessoas de libra, mas não posso ser uma delas. A outra questão é: Eu era de escorpião e virei libriana ou sempre fui libriana e não sabia? Todo esse tempo cometi um crime de falsidade ideológica não proposital? Cabe a nós decidir se simplesmente seguiremos nossas vidas com novos signos ou recorreremos a algum órgão responsável pedindo indenização pelos anos de mentira, por termos vivido uma vida que nem era nossa.
Uma pessoa que agora é de Virgem, e que logicamente está muito nervosa por passar a ser desse signo sem gracinha, disse que foi um golpe, tudo planejadinho para que a gente nem percebesse, mas tudo começou quando tiraram Plutão do lugar, o rebaixaram e contaram uma historinha sem sentido. Basta colocá-lo em seu devido lugar que tudo volta ao normal. Enquanto isso, quem é do signo da serpente se lamenta por praticamente nunca ter existido.

1 de janeiro de 2011

Prova real

No Natal de 2010 eu viajei pro Mato Grosso do Sul e conversei com minha mãe sobre o passado, chegamos a conclusão de que ela não era um exemplo de mãe. Uma vez, quando eu tinha uns meses de idade e chorava sem parar, ela me deu algumas moedinhas para brincar, disso eu não lembro, mas lembro que quando eu a acordava para dizer que estava com muita tosse, ela dizia: "Cobre a cabeça e dorme que logo passa", realmente nunca morri tossindo.
O que vai me matar um dia é a competitividade, um dia desses visitei a página de uma amiga no twitter e vi o quanto ela era popular, seguia mais ou menos 165 pessoas e tinha uns 367 seguidores, eu decidi que precisava saber qual era, proporcionalmente, a porcentagem de seguidores e a diferença em relação ao meu twitter, mas é lógico que não fazia a mínima ideia de como calcular isso. Lembrei que tenho uma amiga que sempre diz que regra de três resolve tudo, fui até a casa dela resolver isso, ela e a mãe dela rabiscaram vários papéis e a menina tinha razão, com a regra de três ela descobriu que não sou tão popular igual a ruiva. Preciso de um plano para consertar isso.
Voltando ao assunto da viagem, tive um pesadelo horrível na véspera do Natal, gritei e tentei sair correndo, minha mãe me abraçou, disse que estava tudo bem e preparou um copo de água com açúcar, o placebo mais doce e carinhoso que existe.