Lembro-me de quando a ganhei, foi um presente de formatura, ela era tão delicada. Quando a peguei percebi que ela tinha certo pânico no olhar, parece que sabia que eu não teria responsabilidade suficiente para mantê-la viva e florida.
Nos primeiros dois dias eu dei água, depois esqueci a pobrezinha na minha sacada passando sede, se ela tivesse pernas teria se jogado.
Mas não adianta chorar a planta ressequida. Não quero que isso me faça pensar que não serei uma boa mãe. A planta não era minha filha.
Um dia terei uma filha de verdade, ela se chamará Maria. Terá uma infância feliz e poderá andar descalço quando quiser, não terá aulas de pintura e nem fará natação. Na adolescência ela não será igual as amigas chatinhas dela, terá personalidade, por isso não estranharei quando ela me disser: " Mãe, não quero uma festa de quinze anos, prefiro um galinho que muda de cor quando vai chover."
7 comentários:
Essa Michele, me deixa confuso, é muita inteligência, pra eu entender.
Mas não deixa, a tua filha passar por isso, tá !!!??
Vc cuida bem do Juninho oras!
Não sei de quem tenho mais dó, das Maria ou da Maria.
Lindo texto. Minha Nona tinha um galinho desses. E se eu estou dando conta de cuidar de crianças, você também dá. Boto fé!
Só duvido um pouco que você consiga dividir o leite Ninho com a Maria ;)
Bjo
Eu também nunca consegui cuidar de uma planta. Precisa ver minha vó, ela tem um pedacinho da mata atlântica na casa dela.
Leite ninho é tudo de bom :9
Minha mãe tinha um galinho desses também.
E o texto é ótimo como sempre. Sou seu fã.
Abraços
unces
Vc ganhou a planta há dois meses e ela já morreu? Digo, não perca as esperanças! O Polaco ainda está vivo! Ele é doido, mas não morreu de fome.
Acho q o Juinho vai ter ciúmes dessa irmã.
achei lindo. delicado, lindo.
(e eu tenho uma plantinha que se chama bel. ela me odeia. e é uma pimenta, ou seja, devo temer)
Gostei muito dessa parte: Mas não adianta chorar a planta ressequida.
hehe.
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