22 de maio de 2012

Texto censurado


Um dia desses, assistindo a novela Avenida Brasil, deparei-me com uma cena violenta, onde o velho do lixão gritava com a vilã coisas do tipo: “Vai se ferrar! Eu quero que você se dane!” Percebe-se que na vida real usaríamos outras expressões num momento de ódio, mas o pior foi: “Quero que você enfie esse dinheiro no seu nariz!”.  No nariz? Sei.
Não pode falar palavrão na novela, a palavra cu é inapropriada para uma novela que toda família assiste. Mas cenas quentes da Suellen, que sai com todo elenco masculino, pode? Não entendi. Novela é uma putaria maquiada. Seria melhor liberar os palavrões de uma vez, ficaria mais autêntica.
Para mim a palavra cu nem é feia, é engraçada. Talvez pelo fato de na minha infância, minha mãe ensinar um versinho, que hoje, nesse mundo politicamente correto, ela morre de vergonha e não me deixa contar pra ninguém que aprendi isso com quatro anos de idade:

Vamos embora
Pra Pirapora
Comendo amora
Com o cu de fora

3 de maio de 2012

Sinais

Há mais ou menos cinco meses completei um quarto de século e na época compartilhei da minha angústia com vocês, mas era só pelo fato de saber que em pouco tempo faria cinquenta e depois cem anos. O que eu não sabia é que tantas coisas mudariam.
Antes dos vinte e cinco eu podia comer de tudo, quase nada fazia mal, agora nessa idade leite faz mal, fritura faz mal, café faz mal e o pior de tudo: Cerveja faz mal, não mal no bom sentido, estou falando de alergia séria.
Antes eu ia à baladinha, dançava até o chão, chegava e dormia com a roupa que estava, maquiagem e sapatos. Na semana passada dancei até o chão, cheguei e quando percebi já havia tomado banho e estava em frente ao espelho passando demaquilante e creme antirrugas.
O próximo passo é gostar de doce de figo, doce de pêssego, doce de mamão e, meu Deus do céu, aprender crochê.