Desliguei o microfone, tirei os fones de ouvido e pensei que falta um pouco mais de uma semana para que Guarapuava fique para trás. Eu sempre soube que um dia eu teria que voltar, mas ignorava isso, porque acho que sou a pessoa que mais se adaptou a essa cidade fria, que me acolheu e moldou minha personalidade. Não posso dizer que hoje sou madura, mas o que aprendi aqui não cabe em um pequeno texto padrão desse blog.O que importa é que sentirei saudade mesmo. Sentirei saudade até da saudade que eu sentia da minha família. O que vou levar comigo são as lembranças, do primeiro dia de faculdade, do primeiro contato com aquelas que mais tarde se mostrariam amizades verdadeiras, da mesa de bar, da mesa de som, da mesa de república com macarronada, da vizinhança, da formatura, da malandragem das ruas, das expressões guarapuavanas e principalmente, sentirei saudade disso que estou sentindo agora, da sensação de estar fazendo a coisa certa, da missão cumprida, da satisfação por ter apenas lembranças boas.
- Fia, eu tô com saudade, é verdade mesmo que você vai voltar?