- Fia, é hoje ou amanhã o casamento?
- Nos dois dias vózinha, a formatura é nos dois dias.
Eu só pensava em eternizar aquele momento que acabara de sair do mundinho da minha imaginação. Eu estava lá mesmo, com a roupa comprida, com o chapéuzinho, esperando ser chamada pelo nome, ao lado de pessoas emocionadas que mereciam mesmo estar lá e sendo aplaudida por aqueles que torceram o tempo todo.
No domingo, ficou a sensação de vazio, foi o último encontro da turma e a família deu tchau, desejou sucesso e partiu.
Eu fiquei aqui, com minhas limitações, com meu desejo de fazer aqueles quatro anos valerem a pena de verdade, com meus planos e com os planos de Deus.
A vó também me deu tchau mas recitou um versinho:
"Quando eu me formei
eu tinha 22 ano
Eu não tinha peito
botei peito de pano."
27 de março de 2009
18 de março de 2009
Com suco de laranja
Tenho uma afinidade incrível com a cozinha, porém prefiro almoçar todos os dias no restaurante. Por quilo, o mais barato, evito carne porque pesa, não no estômago, mas na balança.
Pelo menos uma vez por mês me dou ao luxo de almoçar em um restaurante um pouco mais caro, onde é impossível comer ao preço de cinco reais.
Com tanta variedade, pego um pouco de tudo, adoro quando tem frutinhas. Manga, mamão, melancia, é como se fosse uma sobremesa embutida.
Mas o que me deixa furiosa comigo mesma é quando depois de umas cinco garfadas simplesmente perco a fome. As vozes já atormentam:
- Ô filha, está pensando que é a comida da sua avó? Você está pagando. Trate de engolir tudo.
Mas não vai. Deixo lá no prato. Até as frutinhas.
Pago a refeição desperdiçada e vou trabalhar, depois de meia hora no serviço o que sinto?
Fome.
Pelo menos uma vez por mês me dou ao luxo de almoçar em um restaurante um pouco mais caro, onde é impossível comer ao preço de cinco reais.
Com tanta variedade, pego um pouco de tudo, adoro quando tem frutinhas. Manga, mamão, melancia, é como se fosse uma sobremesa embutida.
Mas o que me deixa furiosa comigo mesma é quando depois de umas cinco garfadas simplesmente perco a fome. As vozes já atormentam:
- Ô filha, está pensando que é a comida da sua avó? Você está pagando. Trate de engolir tudo.
Mas não vai. Deixo lá no prato. Até as frutinhas.
Pago a refeição desperdiçada e vou trabalhar, depois de meia hora no serviço o que sinto?
Fome.
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parafusos
16 de março de 2009
Credibilidade virtual
Eu não entendo o que leva as pessoas a abrirem mensagens de power point no e-mail. Hoje eu abri um, não só abri como fiz tudo que ele mandava, isso porque fui influenciada por uma amiga que também acha ridículo a perda de tempo.
Era um teste que o Dalai Lama formulou. Ele, em um de seus momentos de meditação, pensou: "Formularei um teste para circular na internet."
E é incrível como é de se perceber que o teste tem a cara do Dalai Lama, é bem o tipinho dele. Em determinado momento você diz o que acha do café, e depois descobre que o que você acha do café, é na realidade o que você pensa a respeito do sexo. A minha amiga só acha que com leite é muito bom.
Até agora me sinto mal por ter ignorado a ordem do monge budista e não ter enviado o teste a cinquenta pessoas, é como se eu desvalorizasse todo o tempo que ele gastou na montanha para formular tais perguntas que tão bem revelam a personalidade.
- Michele, quer um cafezinho?
- Não, não gosto...Ou melhor...Deixa aí depois eu tomo.
Era um teste que o Dalai Lama formulou. Ele, em um de seus momentos de meditação, pensou: "Formularei um teste para circular na internet."
E é incrível como é de se perceber que o teste tem a cara do Dalai Lama, é bem o tipinho dele. Em determinado momento você diz o que acha do café, e depois descobre que o que você acha do café, é na realidade o que você pensa a respeito do sexo. A minha amiga só acha que com leite é muito bom.
Até agora me sinto mal por ter ignorado a ordem do monge budista e não ter enviado o teste a cinquenta pessoas, é como se eu desvalorizasse todo o tempo que ele gastou na montanha para formular tais perguntas que tão bem revelam a personalidade.
- Michele, quer um cafezinho?
- Não, não gosto...Ou melhor...Deixa aí depois eu tomo.
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6 de março de 2009
Como uma deusa
Era o primeiro dia de aula na cidade fria (que hoje, depois de quatro anos, sofre os efeitos do aquecimento global), eu analisava e definia a personalidade de cada integrante da turma. Eis que atrasada, surge uma menina e eu penso: "Parece a Sandy, não pode ser má pessoa com tal feição" e meu poder da mente a fez sentar do meu lado.
Eu parecia ter vindo de uma cidade cercada por aldeias, e tinha a sensação que todos percebiam o quanto eu era jacu, por isso nem me atrevia a puxar assunto.
A menina cabeluda continuou sentando do meu lado, dia após dia e percebi que por mais perfeita que a Sandy fosse, aquela era bem melhor.
Encontrei a irmã que eu queria e a amiga que eu precisava.
Nesses anos foi confortante a ideia de tê-la sempre por perto, e como tudo está mudando, esse privilégio meu também deixará de existir. Nem sempre ela estará aqui para me ouvir ou para falar, falar, falar... Ou para somente ficar do meu lado, sem conversas, como no primeiro dia de aula.
A menina estranha partirá, porque ela precisa.
Eu sentirei saudade, porque a amo.
Eu parecia ter vindo de uma cidade cercada por aldeias, e tinha a sensação que todos percebiam o quanto eu era jacu, por isso nem me atrevia a puxar assunto.
A menina cabeluda continuou sentando do meu lado, dia após dia e percebi que por mais perfeita que a Sandy fosse, aquela era bem melhor.
Encontrei a irmã que eu queria e a amiga que eu precisava.
Nesses anos foi confortante a ideia de tê-la sempre por perto, e como tudo está mudando, esse privilégio meu também deixará de existir. Nem sempre ela estará aqui para me ouvir ou para falar, falar, falar... Ou para somente ficar do meu lado, sem conversas, como no primeiro dia de aula.
A menina estranha partirá, porque ela precisa.
Eu sentirei saudade, porque a amo.
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