É impressionante que sempre que
prometo escrever aqui com mais frequência, alguma coisa acontece para me manter
distante. Dessa vez foi a gravidez da Sandy, fiquei muito emocionada e perdi a
inspiração. Fico pensando no mundo que o neném dela vai conhecer, tomara que
goste.
Eu não gosto de quem me obriga a
comer doce. Por exemplo, quando chego na casa da parente distante. Ela, com o
pratinho de doce na mão, pergunta: “Quer comer um pudinzinho?” Eu digo “Não,
não, obrigada.” Ela insiste: “Por quê? Não gosta de pudim?” Eu digo educadamente
que não gosto de pudim. Aí ela solta: “Acho que você não gosta do MEU pudim”. Acabo
comendo o maldito pudim e logo passo mal porque sou intolerante à lactose e simplesmente
preferi não expor meu probleminha pra toda galera reunida na cozinha.
Em festa de aniversário de criança
eu fico o tempo todo fugindo das tias que servem o bolo porque o
constrangimento é o mesmo. Quando vejo que não dá mais pra fugir pego um
pratinho sujo de alguma criança que comeu rápido pra poder pular mais na cama
elástica, passo um pouco de glacê na cara e digo lambendo os beiços: “Não,
obrigada, já comi dois pedaços, hummmm... Que delícia, tô satisfeita”.
Às vezes eu penso duas vezes
antes de aceitar jantar na casa de amigos.
- Oi, Michele, fica à vontade, só
não repara a bagunça, a gente se mudou agora, a descarga do banheiro nem
funciona ainda. Vamos ali na cozinha, tô terminando de fazer o strogonoff.