28 de novembro de 2011

Validade

Sabe o que eu gosto? De botar a culpa no Saci. Eu não tenho provas, nunca consegui fotografá-lo, mas eu sei que ele que apronta mais que a garotada do barulho da Sessão da tarde, então quando minha mãe pergunta o que significa toda aquela bagunça no meu quarto eu não hesito em dizer: Foi o Saci.
O Saci apaga arquivos do computador, transforma o sorvete do freezer em feijão, esconde os pés de meia, entra em altas confusões.
Eu já me acostumei, principalmente com a bagunça do meu quarto, não adianta lutar contra aquele danadinho de uma perna só. Eu até arrumo de vez em quando, quando dá vontade. Sabe aquela vontade de tomar Fanta Uva que dá de repente, uma vez a cada três meses? Mas eu me arrependo logo, tanto de ter arrumado o quarto, porque o Saci logo bagunça tudo de novo e de ter tomado Fanta Uva, porque é ruim pra caramba. Ah! Sabe aquela história de fim de mundo em 2012? Não é verdade, porque aqui na lata da Fanta está dizendo que ela vence em 2014.

21 de novembro de 2011

Consertos

Acho terrível quando resolvo ler, pego um livro super legal, estou empolgada com o desenrolar da história e de repente percebo que parei de prestar atenção há mais ou menos uma página. Eu li palavra por palavra, mas pensando em outra coisa. Volto no começo da página e penso: agora vou prestar atenção. Leio tudo de novo e no final percebo que mais uma vez não prestei atenção em nada. Vou dormir, porque nesse caso não adianta eu tentar me enganar, fingir que entendi e continuar a leitura. Leitura
é coisa séria, não é como fazer Babyliss. Sabe o negocinho de enrolar cabelo? Então, preciso ficar segurando ele 25 segundos em cada mecha, começo contando: Um,dois,três, quatro... Bem compassado. Minha mão cansa e acelero: cincoseisseteoitonovedez... Até 25. Acho que no tempo normal isso daria uns 10 segundos, o cabelo fica sem graça e eu resolvo alisar. É sempre assim. Se eu fosse mais concentrada e mais paciente muita coisa mudaria. Por exemplo, agora: Tem uma pessoa martelando do outro lado da parede. Cada vez que ela martela, eu digito a mesma tecla várias vezes no ritmo da martelada, já consertei esse texto diversas vezes. Tenha santa paciênccccccc

10 de novembro de 2011

Professor Pardal

Eu quero inventar alguma coisa. Outro dia li na Piauí uma entrevista com a inventora do escorredor de arroz, achei fantástico inventar um negócio desses. Eu até queria lucrar um dinheirinho, mas a meta mesmo seria ficar famosa com as invenções. Ás vezes eu penso em uma coisa ou outra, mas só agradaria a mim, tipo um travesseiro que se mantivesse geladinho o tempo todo. Eu fico virando o travesseiro até conseguir dormir e quem sabe até dormindo eu continuo virando, odeio quando o travesseiro esquenta. Um travesseiro fresquinho que não esquentasse seria ideal. Preciso patentear essa ideia, afinal o marketing descobre necessidades e o ShopTime vende.
Esse negócio de inventar é muito sério. Pessoal fica perdendo tempo inventando coisa inútil e se esquece do teletransporte. Amigos! Foco no teletransporte! Eu acho que tem a ver com aquelas paradinhas de triângulo das bermudas, física do petrefiolismo, não sei, não é minha área. Galera que se diz nerd, vamos agilizar a invenção mais útil de todos os tempos?

1 de novembro de 2011

Monólogo

Eu gosto de conversar com as pessoas, gosto de ouvir histórias, gosto de opiniões diferentes. Mas não todo dia, tem dia que não sei me socializar e tem pessoas que não querem conversar, querem apenas falar, falar, desembestadamente falar. Para os dias que minha cabeça dói, que a TPM toma conta do meu ser, eu adquiri uma técnica. Comecei a utilizá-la no meu último emprego. Eu atendia cerca de cinquenta pessoas por dia, elas iam até lá para fazer doações, por livre e espontânea vontade, muitas iam apenas para conversar, eu dava toda atenção devida e ainda dava conselhos quando julgava necessário, mas quando eu percebia que a pessoa não queria ouvir nada, queria só falar, eu parava de escutar, descansava minha mente e dizia de vez em quando: “Nooossa”. Portanto se a pessoa falasse: “Meu cachorrinho morreu hoje cedo” eu respondia: “Nooossa” e se ela falasse: “Ganhei na Mega Sena” Eu também respondia: “Nooossa”. Uma interjeição que servia de resposta para qualquer coisa.
Devo confessar que isso se tornou um vício, na parte da manhã principalmente, se chega alguém querendo contar histórias, enquanto meu cérebro dorme, eu respondo: “Nooossa”. Seria um desastre se alguém tentasse contar piadas.