25 de novembro de 2010

Adorno traumático

Agora que sou uma professora, preciso me portar como tal, estou tão envergonhada pelo que fiz. Ontem, em meu trabalho, naqueles últimos minutos infinitos, eu comecei a mexer nos enfeites de Natal, uma das peças da guirlanda era uma ventosa que servia para fixá-la na porta. Pois eu fixei na minha testa. Não a guirlanda inteira, apenas a ventosinha. Na hora de ir embora eu puxei com toda força e alegria de quem termina um expediente. A mancha que agora tenho no centro de minha testa é perfeitamente redonda e roxa, tipo aquelas manchas que, não sei por quê, surgem no pescoço de algumas pessoas e elas escondem com um cachecol em pleno verão. A minha é na testa, e mesmo com uma maquiagem pesada ela está aqui, em destaque.
Preciso parar de fazer coisas estúpidas, eu ainda acho que um animalzinho de estimação me ajudaria a ser mais responsável. Desisti da vaca, faz muita sujeira. Só queria uma linda avestruz, que sempre estaria sorrindo para mim, correndo para lá e para cá pela casa, e produziria aqueles ovos gigantes para eu cozinhar e comer com sal.
- E na aula de hoje, meus alunos, vamos aprender que para ter uma voz bonita é necessário usar essa faixa na testa, tipo do Rambo.