23 de abril de 2009

Meu nome não é Joey

Não escreverei pouco hoje, preciso desabafar, escrever muito, sinto-me estranha desde o dia em que recebi tantas descargas elétricas.
Foi em outra cidade, há poucos dias, eu tinha feito a unha e machucado as cutículas. Tomada pela compaixão para com a menina que mora sozinha, resolvi lavar a louça, porém não sabia que isso exigiria tanto de mim.
A água da torneira dava choques. Choques reais e torturantes, mas não desisti, senti que aquele era um momento meu, cada descarga elétrica era por um motivo, a cada grito de dor, a voz me repreendia: "Isso é para que você aprenda a ser mais otimista! E isso é para que você seja mais agradecida! E isso é para que perceba que a vida não se baseia em seriados americanos! E isso... É só um choque mesmo."
Ao terminar a louça me sentia mais leve, porém meus nervos ainda se contraíam.
Agora eu começaria a dizer para você não esperar lições de moral de uma torneira, não esperar a vida lhe dar choques... Diria todas essas coisas, mas não quero mais escrever.

14 de abril de 2009

Sazonalidade

Não gosto de textos sobre a Páscoa escritos na época da Páscoa, nem textos de Natal escritos no Natal, até considero bonitos alguns textos de Ano Novo, mas me irrita o fato deles serem escritos no começo do ano.
Quero ignorar as datas impostas pelo sistema, prefiro escrever agora o que estarei pensando no início de 2010:

A Rede Globo caprichou no vídeo de fim de ano e me fez pensar que 2009 me fez crescer, por mais que o espelho me diga o contrário.
Tomei decisões importantes, e não me refiro apenas ao fato de ter passado a comer marmita no trabalho, mas decisões que na época me fizeram sofrer e que realmente não foram impulsivas. Hoje vejo que foi o momento certo. 2009 foi um ano de perdas e conquistas.
O mundo visto de fora da faculdade é diferente, não digo melhor, também não quero dizer que seja pior, é apenas diferente. As pessoas são diferentes.
Descobri que sonhar é tão bom, mas que acordar é tão necessário.
Eu tenho planos para 2010, mas será um segredo meu e dele, afinal só ele decidirá se serão concretizados ou não.
O futuro já começou! Feliz Ano Novo!

4 de abril de 2009

Se a gente quiser ele vai pousar

Ela tinha um monte de cadernos velhos, e nas folhas limpas desenhava. A cada dia era um desenho novo que ela pintava, com todas as cores, mas a cor que predominava era a verde.
O lápis verde já tinha sido apontado tantas vezes, mas ainda existia e coloria sorrisos, carrinhos, pipocas.
Um dia ela acordou e não encontrou o lápis verde, procurou por toda a casa e se deu conta que tinham roubado a caixa com todas as cores.
O pai dela prometeu comprar outra caixinha, mas ele daria um lápis por dia, e só com o passar do tempo ela teria todas as cores novamente.
Ela prometeu que nunca mais daria preferência ao verde, afinal a vida tem todas as cores.